A vacinação é um tema fundamental no debate sobre a saúde, frequentemente rodeado de mitos e ideias erradas. Embora muitas pessoas valorizem a proteção que as vacinas oferecem, existe muita desinformação que pode gerar incerteza. Estes desafios sublinham a necessidade de distinguir claramente os factos dos mitos sobre a vacinação.
A história da imunização remonta a séculos atrás e evoluiu consideravelmente desde então. As vacinas permitiram que muitas doenças perigosas fossem afastadas, o que sublinha a importância do seu desenvolvimento e utilização. Especialmente em tempos de crises sanitárias globais, o valor da imunização torna-se inegavelmente claro.
Neste artigo, vamos analisar os vários aspectos da imunização, desde o seu desenvolvimento histórico até ao seu funcionamento e desenvolvimentos actuais. Analisaremos também a responsabilidade social associada à imunização e a forma como podemos contrariar a fadiga da vacinação.
As vacinas e a sua história
As vacinas têm uma história fascinante. Louis Pasteur e Émile Roux desenvolveram a primeira vacina contra o carbúnculo em 1881, seguida da vacina contra a raiva em 1885. Estes desenvolvimentos foram revolucionários para o progresso da medicina. Os primeiros programas nacionais de vacinação foram introduzidos no final do século XIX. Os programas de vacinação contra a varíola começaram em Inglaterra em 1867 e no Império Alemão em 1874.
No Império Alemão, a imunização obrigatória permaneceu em vigor até ao século XX, enquanto em Inglaterra foi flexibilizada a partir de 1898. Um acontecimento trágico foi o desastre de vacinação de Lübeck em 1930, em que 77 crianças morreram devido a uma vacina contaminada. Este facto deu origem a um debate sobre os programas estatais de vacinação.
A imunização passiva também tem uma longa tradição. Paul Ehrlich, Emil von Behring e Shibasaburo Kitasato desenvolveram este método contra a difteria e o tétano em 1890. O seu conhecimento dos agentes patogénicos bacterianos foi crucial.
Vacinas históricas importantes:
- Carbúnculo (1881)
- Raiva (1885)
- Varíola (1874, Alemanha)
- Difteria e tétano (1890)
A história das vacinas mostra como elas são cruciais para a saúde das pessoas.
O que são as imunizações?
As vacinas são uma importante defesa contra as doenças infecciosas. Foram desenvolvidas para prevenir doenças graves e potencialmente mortais que costumavam ter um grande impacto na sociedade.
Graças à imunização, algumas doenças perigosas foram quase completamente erradicadas. A eficácia varia consoante a vacinação específica e a resposta individual do organismo. A idade, o género e os problemas de saúde existentes influenciam a resposta imunitária.
Apesar de estar vacinado, é possível que alguém adoeça. Isto deve-se a factores individuais e médicos. No entanto, as vacinas não são apenas importantes para o indivíduo.
Eis alguns dos benefícios da imunização:
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Proteção contra doençasO risco de contrair doenças perigosas é reduzido.
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Imunidade do efetivoProtege toda a comunidade, incluindo indivíduos imunocomprometidos e imunodeficientes.
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Saúde a longo prazoReduz as epidemias e as formas graves de doenças infecciosas.
Por conseguinte, as vacinas dão um contributo valioso para a saúde de todos. Promovem o bem-estar da sociedade ao travar a propagação de doenças.
Importância da imunização para a saúde
As vacinas são cruciais para a saúde. Protegem-nos de doenças infecciosas graves que, em tempos, fizeram milhões de vítimas. Um elevado nível de imunização da população é importante. Não só protege cada indivíduo, mas também a comunidade, quebrando as cadeias de infeção.
As vacinas funcionam da seguinte forma Sistema imunitário activam-no. Colocam-no em contacto com agentes patogénicos enfraquecidos ou mortos. Isto leva à formação de substâncias de defesa, também conhecidas como anticorpos. Estes proporcionam uma proteção duradoura contra as doenças.
Vantagens da vacinação
- Proteção contra doenças graves
- Prevenção de complicações graves
- Interrupção das cadeias de infeção
- Proteção das pessoas não vacinadas
No entanto, a eficácia das vacinas pode variar. Depende de factores como a idade e o estado de saúde. No entanto, as vacinas oferecem uma proteção fiável contra muitas infecções. Em muitos casos, podem mesmo evitar complicações que põem a vida em risco.
Em resumo, as vacinas são uma das medidas mais importantes para manter a saúde. Ajudam a prevenir epidemias e protegem tanto as pessoas saudáveis como as imunocomprometidas.
Imunização básica para bebés e crianças pequenas
A imunização básica deve começar alguns dias após o nascimento. O Comité Permanente de Vacinação (STIKO) recomenda a imunização precoce, a fim de proporcionar uma proteção óptima. As vacinas combinadas podem ser utilizadas para imunizar contra várias doenças com uma única vacinação. Isto simplifica o processo e aumenta a proteção das crianças.
A imunização básica inclui vacinas importantes. Estas incluem a difteria, o tétano, a tosse convulsa e a poliomielite. Também as vacinas contra o Hib, hepatite B e o meningococo também fazem parte do programa. O sarampo, a papeira e a rubéola também são abrangidos, assim como o pneumococo. O objetivo é atingir uma elevada taxa de cobertura de imunização. Isto protege a comunidade através da imunidade de grupo.
As imunizações de reforço são necessárias para manter a proteção da vacinação. Normalmente, são efectuadas entre os 7 e os 15 anos de idade. Estes reforços são cruciais para garantir a proteção durante a infância e a adolescência.
Vacinas-chave: difteria, tosse convulsa, sarampo e pneumococo
A 6-vacina é administrada nos primeiros dois anos de vida. Proporciona uma proteção eficaz contra a difteria, o tétano, a tosse convulsa e a poliomielite. Também Haemophilus influenzae tipo b e hepatite B estão cobertas. Estas vacinas são essenciais para reduzir o risco de infeção numa fase precoce.
A vacina MMR protege contra o sarampo, a papeira e a rubéola. Estas doenças podem ter consequências graves, pelo que a vacina MMR é essencial. Vacinas contra pneumococos também fazem parte do programa. Estas oferecem proteção contra uma infeção bacteriana grave que afecta principalmente as crianças pequenas.
Estas imunizações são oferecidas gratuitamente para garantir que todas as crianças tenham acesso. As crianças e os adolescentes também recebem duas vacinas de reforço contra a difteria, o tétano e a tosse convulsa para garantir uma proteção a longo prazo.
Visão geral das imunizações recomendadas
Doenças
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Vacina
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Hora da primeira vacinação
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Difteria
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Vacinação 6 vezes
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alguns dias após o nascimento
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Tosse convulsa
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Vacinação 6 vezes
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alguns dias após o nascimento
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Sarampo
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Vacina MMR
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no primeiro ano de vida
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Pneumococo
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Vacinação pneumocócica
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alguns dias após o nascimento
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O objetivo da imunização é evitar doenças graves e prevenir epidemias. Estas medidas são essenciais para a saúde de toda a comunidade.
Como funcionam as vacinas
As vacinas contêm agentes patogénicos atenuados ou inactivados. Estes agentes patogénicos estimulam a sistema imunitárioa formar anticorpos e a criar uma memória imunológica. Isto permite que o sistema imunitário reagir mais rapidamente e de forma mais direcionada quando entra em contacto com o verdadeiro agente patogénico. Para obter uma imunidade a longo prazo, são frequentemente necessárias várias imunizações parciais.
As vacinas à base de proteínas, como a vacina Nuvaxovid, utilizam componentes proteicos específicos do agente patogénico para ativar a resposta imunitária. Os adjuvantes, como a Matrix-M à base de saponina, são utilizados para reforçar esta resposta.
Imunização ativa
Na imunização ativa, a sistema imunitário é estimulado pela administração de agentes patogénicos. Estes agentes patogénicos podem estar mortos ou vivos, mas enfraquecidos. As vacinas mortas contêm agentes patogénicos mortos ou partes deles que não se podem multiplicar. Em contrapartida, as vacinas vivas contêm agentes patogénicos vivos atenuados que não causam doenças, mas que estimulam o sistema imunitário. sistema imunitário estimular o sistema imunitário.
Uma das principais vantagens é que a imunização ativa estimula o sistema imunitário a desenvolver uma memória. Isto resulta numa proteção a longo prazo, uma vez que o organismo produz anticorpos específicos.
Imunização passiva
Na imunização passiva, são administrados anticorpos já preparados. Este método funciona rapidamente, mas a proteção dura apenas algumas semanas, uma vez que os anticorpos são degradados. Um exemplo é a imunização de mãe para filho, em que os anticorpos são transferidos da mãe para o feto através da placenta.
As injecções de soro imune anti-D em mulheres grávidas são outra forma de imunização passiva. Estas injecções previnem a doença hemolítica neonatal no recém-nascido. A imunização passiva é também utilizada em casos de suspeita de raiva após mordeduras de animais, para garantir um tratamento imediato. Com a imunização simultânea, os doentes recebem tanto a imunização ativa como a passiva para uma proteção abrangente.
Eficácia das vacinas
A eficácia das vacinas contra a doença grave da COVID-19 dura pelo menos 12 meses. No entanto, a proteção contra infecções sintomáticas diminui com o tempo. As vacinas de reforço podem aumentar novamente a eficácia, especialmente contra infecções e variantes anteriores.
Dados históricos dos EUA mostram que os programas de vacinação reduziram drasticamente o número de infecções por doenças como a difteria e o sarampo. Mesmo que nenhuma vacina ofereça 100% de proteção, reduzem significativamente a probabilidade de contrair a doença. As vacinas são autorizadas na Europa pela EMA após uma avaliação dos riscos e benefícios. A sua eficácia é avaliada em ensaios clínicos, nomeadamente em ensaios controlados e aleatórios.
Efeitos secundários possíveis
As reacções vacinais após a vacinação contra a COVID-19 com vacinas à base de proteínas, como a Nuvaxovid, podem causar reacções locais. Estas incluem sensibilidade e dor no local da injeção. As reacções sistémicas comuns incluem fadiga grave, dores de cabeça e dores musculares, que normalmente desaparecem após alguns dias.
Muito raramente, foram notificadas reacções anafilácticas após a administração da vacina Nuvaxovid. Foram também observados casos de miocardite e pericardite (inflamação do músculo cardíaco e do pericárdio). A utilização concomitante de determinados analgésicos, como os anti-inflamatórios não esteróides, pode prejudicar a resposta imunitária e reduzir a produção de anticorpos protectores.
Desenvolvimentos actuais na tecnologia das vacinas
A tecnologia das vacinas registou grandes progressos nos últimos anos. As vacinas contra os rotavírus humanos estão disponíveis na Europa e nos EUA desde 2006, prevenindo a diarreia grave em bebés. A vacina contra os vírus do papiloma, que causam o cancro do colo do útero, foi também autorizada nessa altura. Estas inovações no desenvolvimento de vacinas ajudam a poupar milhões de euros através de tratamentos médicos evitados. As vacinas antigas estão constantemente a ser melhoradas para aumentar a pureza e a eficácia dos seus produtos, recorrendo frequentemente a métodos de engenharia genética. Novas formas de aplicação, como a aplicação nasal, são concebidas para melhor imitar a via natural de infeção.
Vacinas de ARNm
As vacinas de ARNm são um avanço na medicina moderna. Podem ser rapidamente adaptadas a novas variantes de vírus, uma vez que os blocos de construção do ARNm podem ser facilmente alterados em laboratório. Esta adaptação permite uma rápida produção e distribuição das vacinas. As vacinas baseadas no ARNm da COVID-19 são um exemplo disso. Podem ser armazenadas a temperaturas moderadas, o que facilita a logística. É importante notar que as vacinas de ARNm não alteram o material genético. O ARNm é degradado pelo organismo e contém apenas a proteína spike do vírus, que sistema imunitário ativa o sistema imunitário.
Vacinas vectoriais
As vacinas vectoriais utilizam vírus inofensivos como meio de transporte. Estes vírus vectoriais transportam a informação genética dos componentes do vírus para as células. As células humanas produzem então estes componentes do vírus e o sistema imunitário reage a este facto. Os vírus vectoriais não se multiplicam no organismo ou multiplicam-se apenas durante um curto período de tempo. Os sistema imunitário combate então tanto os vírus vectores como a informação genética introduzida. A integração no genoma humano não é possível.
Estes avanços tecnológicos no desenvolvimento de vacinas oferecem perspectivas promissoras para o combate às doenças infecciosas a nível mundial.
Vacinação obrigatória e responsabilidade social
Na Alemanha, é possível, desde 2001, impor a vacinação obrigatória por decreto-lei em caso de ameaça de doenças transmissíveis. A lei de proteção contra infecções (IfSG) autoriza o Ministério Federal da Saúde a ordenar a vacinação. É o caso, nomeadamente, da ocorrência de formas graves de uma doença e da previsão de uma propagação epidémica.
Historicamente, a vacinação obrigatória foi introduzida na Alemanha para algumas doenças, como a varíola, na década de 1980. Muitos países da UE têm também leis de vacinação obrigatória. Este facto realça a responsabilidade social no sector da saúde.
O pessoal de saúde dos hospitais tem a obrigação moral de estar protegido contra as doenças que podem ser prevenidas por vacinação. Esta proteção é fundamental para evitar a propagação de doenças.
Vantagens da vacinação obrigatória:
- Proteção de toda a população
- Contenção de epidemias
- Aumento da taxa de vacinação
Possíveis desvantagens:
- Interferência na liberdade individual
- Desafios organizacionais
A vacinação obrigatória sublinha a importância de assumir a responsabilidade enquanto sociedade e é, por conseguinte, uma das principais medidas contra as epidemias de doenças infecciosas.
Estratégias para combater a fadiga da vacinação
O cansaço da vacinação é um problema crescente que deve ser abordado. Tendo em conta as baixas taxas de vacinação nos antigos estados federais entre 1974 e 1991 e as experiências após a reunificação, é importante desenvolver estratégias para aumentar a vontade de ser vacinado.
Estratégias importantes:
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EducaçãoFornecer informações claras e baseadas em factos sobre as vacinas recomendadas. Isto pode ajudar a reduzir os mal-entendidos e os receios.
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Facilitar o acessoAs vacinas devem estar prontamente disponíveis e acessíveis para incentivar a participação. Isto pode incluir centros de vacinação móveis ou horários de funcionamento alargados.
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Reforçar a confiançaColaborar com os profissionais de saúde para reforçar a confiança nas vacinas. Isto inclui trabalhar com organizações de confiança, como o Instituto Robert Koch e os Centros de Controlo e Prevenção de Doenças.
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Realçar os êxitosDestacar exemplos positivos, como a elevada taxa de vacinação contra a tosse convulsa na RDA, para realçar os benefícios de taxas de vacinação elevadas.
Comparar as taxas de imunização:
Ano
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Antigos estados federais
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Novos estados federais
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1974-1991
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<10%
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90%
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Depois de 1991
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diminuiu
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Diminuiu
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Estas medidas podem ajudar a reduzir o cansaço da vacinação e aumentar a proteção contra as doenças infecciosas.
Recomendações especiais de vacinação
O Comité Permanente de Vacinação (STIKO) elabora todos os anos um calendário de vacinação para a Alemanha. Este enumera as vacinas recomendadas para os diferentes grupos etários. Os adultos devem receber uma vacina de reforço contra a difteria e o tétano de dez em dez anos. Recomenda-se também uma dose única de reforço contra a tosse convulsa, especialmente para os idosos entre os 60 e os 75 anos. As vacinas adicionais são importantes para determinadas pessoas, por exemplo, em certas profissões ou com doenças existentes. Estas vacinas reduzem o risco de infeção ou de doença grave. As mulheres grávidas e os doentes de alto risco, como os doentes transplantados de órgãos ou os doentes com cancro, necessitam de recomendações especiais, uma vez que a sua resposta imunitária é frequentemente limitada.
Vacinas para mulheres grávidas
As mulheres grávidas devem começar a receber as vacinas recomendadas no segundo trimestre. A STIKO aconselha a vacinação contra a gripe e a tosse convulsa para proteger a mãe e o feto. A imunidade básica contra a COVID-19 também é importante e deve incluir pelo menos três contactos de antigénios. Um destes contactos deve ser uma vacinação. As vacinas devem ser planeadas em conjunto com o médico assistente. Desta forma, podem ser determinados os períodos ideais de vacinação, de modo a proporcionar ao feto a melhor proteção possível dos anticorpos da mãe.
Vacinas para pessoas com doenças auto-imunes
As vacinas podem ser menos eficazes em pessoas com doenças auto-imunes. Isto depende da doença e da medicação utilizada. Estudos mostram que algumas pessoas não produzem anticorpos após uma vacinação contra a COVID-19. Os receptores de transplantes de órgãos e os doentes com cancro são particularmente afectados. Os seus níveis de anticorpos são frequentemente mais baixos. A idade e a senescência imunitária também podem reduzir a resposta imunitária. Por conseguinte, é importante desenvolver recomendações de vacinação individualizadas para este grupo, a fim de lhes proporcionar uma proteção óptima.
Conclusão: O papel da vacinação na esfera pública
As vacinas são um pilar fundamental na luta contra as doenças infecciosas. Contribuíram com êxito para o controlo ou mesmo a eliminação de numerosas doenças perigosas.
Pontos importantes sobre o papel das vacinas:
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Recomendações de vacinação: Na Alemanha, o Comité Permanente de Vacinação (STIKO) faz recomendações para alcançar a melhor proteção para os indivíduos e o público em geral.
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Efeito protetor: A vacinação protege eficazmente contra doenças mortais como a raiva e ajuda a prevenir complicações graves da rubéola em mulheres grávidas.
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Controlo da segurança: Instituições como o Paul Ehrlich Institute monitorizam a segurança das vacinas e analisam todos os casos suspeitos de reacções adversas.
Apesar dos sucessos, existem por vezes mal-entendidos, especialmente durante as grandes campanhas de vacinação. Muitas vezes, as doenças ou mortes que coincidem com a vacinação não são diretamente causadas pela vacina.
Lista das vacinas frequentemente recomendadas:
- Sarampo, papeira e rubéola (MMR)
- Difteria
- Tosse convulsa (coqueluche)
- tétano
- poliomielite
As vacinas não só proporcionam proteção imunitária aos indivíduos, como também ajudam a prevenir epidemias de doenças infecciosas, protegendo assim toda a população. Isto significa que mesmo as pessoas imunodeficientes permanecem seguras.
Fonte: istockphoto andreswd
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